sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Flores insensatas



É desconcertante ouvir ele chorar.Parece um lobo gripado. O pior é que não sou tão sensível assim quanto meu vestido de flores dá a entender. Então tudo que posso fazer é afagar seu cabelo dourado e dizer que vai passar. Ele soluça e diz coisas incompreensíveis como um garoto mimado. Eu me digno a acenar com a cabeça e concordar com seus impropérios. Em plena sexta á noite ele trata de brigar com a (sonsa) do cabelo espichado e saltos imorais e me liga desesperado por um ombro amigo.Então é isso: eu poderia estar curtindo minha noite livre  e me divertindo sem culpa ao lado de algum bonitão fútil,mas estou aqui no meu apartamento perdendo meu tempo com um cara que insiste em me confundir com uma psicóloga ou sei-lá-o-quê. Preciso aprender a dizer não. Ai meu Deus, agora ele tá vomitando no meu tapete novo. Não dava pra ficar triste sem se embebedar cara? Puxa, esse tapete foi caro e é vermelho como eu gosto. Droga. Não desmaia que eu não consigo te segurar. Tudo bem, você pode dormir aqui hoje. Mal terminei de falar e o folgado já tá babando no meu sofá. Bem que eu merecia uma paixão platônica melhorzinha, né?

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