terça-feira, 4 de março de 2014

Correspondido(?)



As palavras que encontro flutuam no vento feito sonhos desprezados, encolhidos pelo orgulho. Sempre que tento explicar a mim mesma ,o que são essas pontadas absurdas quando ele suspira, parece patético. Desisto de soar verdadeira, e me abandono á não compreensão. A alternativa, da aceitação, me aterroriza. Minhas muralhas se esvaem quando sua risada rouca quebra o silencio insosso e eu gostaria de expurgar isso de mim. Não há possibilidades que isso aconteça e talvez eu não mereça. Tanto. Talvez, se eu fosse menos assim, seus olhos procurassem mais a mim.
É engraçado como não o suporto e o anseio insensatamente. Jamais se concretizará, eu sei. Meus lábios emudecem ao som da palavra proibida, e ele nunca irá ouvi-la de mim. Algum dia ele saberá. Mas não agora. Não de mim. Ver negado o direito de estar ao seu redor e apreciar sua afeição, mesmo que  contida é algo que eu não suportaria. Preferível é que eu me afaste e abandone o “talvez” para trás. Mantenho com cuidado em minha mente desorganizada o gosto das suas mãos cálidas nas minhas e o petulante levantar de sobrancelhas.
Algum dia talvez ele olhe para trás e  perceba que me amava.

 Mas os tempos serão outros, quando eu já tiver abandonado sua lembrança num lugar desolado qualquer no meio do caminho até a felicidade.

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